Eleições 2020: 18 capitais ampliaram número de mulheres vereadoras

Apenas uma mulher foi eleita em primeiro turno para comandar uma capital e outras cinco disputam a prefeitura no segundo turno.

 

Em 18 das 25 capitais que realizaram eleições municipais neste domingo (15) — em Macapá, o pleito foi adiado por causa do apagão —, o número de mulheres eleitas para as câmaras de vereadores aumentou em relação à legislatura atual. A participação feminina no legislativo municipal cresceu 36% nestas cidades. Elas são 18% dos vereadores eleitos nas capitais.

 

Nas dez cidades com o maior número de cadeiras no Legislativo municipal, a participação de vereadoras passou de 13,8% para 19,7% em média: antes elas ocupavam 58 cadeiras das 421, somadas essas capitais, e agora detêm 83.

 

São Paulo foi a capital que elegeu mais mulheres: foram 13, contra 8 em exercício no mandato que se encerra em 31 de dezembro deste ano. A partir de 2021, elas irão representar 24% da câmara municipal da maior cidade do país.

 

Porto Alegre será a capital com a maior representação feminina na câmara dos vereadores, em termos percentuais. A capital do Rio Grande do Sul elegeu 11 mulheres para o legislativo municipal, 30% do total de vereadores que iniciarão o mandato em janeiro. A vereadora mais votada na cidade foi uma mulher negra: Karen Santos, do Psol, eleita com 15.702 votos.

 

A capital mineira Belo Horizonte também elegeu 11 vereadoras e vai mais do que dobrar o número de mulheres em exercício no legislativo municipal a partir de 2021. A mais votada foi Duda Salabert, professora e mulher trans, do PDT, eleita com 37.613 votos.

 

A cidade do Rio de Janeiro elegeu dez vereadoras, contra sete em exercício no mandato atual. Uma das eleitas é Mônica Benício (PSOL), viúva da ex-vereadora Marielle Franco.

 

Além do avanço quantitativo na participação feminina, há conquistas simbólicas nesta eleição. Curitiba (PR) e Vitória (ES) elegeram suas primeiras vereadoras negras: Carol Dartora, do PT, e Camila Valadão, do Psol, respectivamente. Na capital paranaense, uma mulher foi a vereadora mais votada: Indianara Barbosa, do Novo, com 12.147 votos.

 

Recife, por sua vez, teve as duas melhores colocações na votação ocupadas por mulheres: Dani Portela (PSOL) e Andreza Romero (PP).

 

A capital paulista elegeu a primeira mulher negra e trans, Erika Hilton (PSOL), a sexta mais votada, seguida por Silvia da Bancada Feminista (PSOL), que deve levar à Câmara outras quatro “covereadoras” para um mandato coletivo.

 

Por outro lado, João Pessoa (PB), Porto Velho (RO), Manaus (AM) e Maceió (AL) reduziram o número de mulheres na câmara municipal. Em João Pessoa, apenas uma mulher foi eleita: Eliza, do PP. Goiânia (GO), Campo Grande (MS) e Rio Branco (AC) permaneceram com o mesmo número de mulheres vereadoras.

 

Apesar do aumento na participação de mulheres no Legislativo municipal na eleição de 2020, a discrepância para os homens ainda é grande. Neste ano a taxa de mulheres concorrendo nas eleições subiu de 31,3% (146.871 candidatas) para 33,4% (179.543).

 

Desde 2018, os partidos são obrigados a repassar ao menos 30% do fundo eleitoral para candidatas mulheres. Com uma diretriz vaga do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre como deve ser distribuída a verba para as candidatas, cada partido adota uma metodologia. O resultado é que elas recebem recursos de maneira desigual, e alguns municípios têm baixo investimento em candidaturas femininas.

 
 
Prefeituras
 

Apenas uma mulher foi eleita prefeita de uma capital do país em primeiro turno. Em Palmas, capital do Tocantins, Cinthia Ribeiro, do PSBD, recebeu 46.243 votos e resolveu a disputa neste domingo (15).

 

Em outras cinco capitais candidatas disputam a prefeitura no segundo turno: Cristiane Lopes (PP), em Porto Velho; Delegada Danielle (Cidadania), em Aracaju; Socorro Neri (PSB), que tenta a reeleição em Rio Branco; Marília Arraes (PT), em Recife; e Manuela D’ávila (PCdoB), em Porto Alegre. Candidatos homens venceram no primeiro turno em seis capitais e só homens disputam o disputam o segundo turno em outras 13.

Fonte – O Globo – Celina

Leda Antunes e Guilherme Caetano