Desafios e Inovações no TRE-GO

 

Eleitor do Futuro

 

A Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás realizou, no dia , eleições simuladas do programa Eleitor do Futuro. A ação faz parte de um projeto continuado de educação em cidadania direcionado aos jovens com idades entre 10 e 16 anos.

Ao todo foram 14 escolas envolvidas na atividade, contando com cerca de 3800 alunos participantes das eleições. Embora a eleição fosse simulada, ela seguiu o ritual com escolha dos candidatos, debates eleitorais, propaganda eleitoral, treinamento de mesários e a própria realização das eleições, com duração aproximada de 3 meses de todo o processo.

Foram eleitos dois vereadores jovens por escola, sendo um menino e uma menina, que foram posteriormente diplomados em sessão plenária do TRE-GO.

O projeto tem como objetivo levar o debate sobre os valores da cidadania ao eleitorado do Estado em seus mais variados níveis de educação. Todos os anos, o projeto “Eleitor do Futuro” atende centenas de crianças com linguagem simples e acessível sobre os valores da honestidade no convívio social e, portanto, político em seu sentido mais amplo.

Por meio da realização de palestras, eventos interativos e eleições simuladas com urnas eletrônicas, são incentivadas reflexões, visando proporcionar a estes jovens uma consciência efetiva, livre e madura sobre o processo eleitoral brasileiro.

Em entrevista, o Vereador mais votado em uma escola particular de Goiânia no programa “Eleitor do Futuro” de , Giovanni Isaque, agora com 14 anos, agradece a EJE/GO pela oportunidade. Ele conta que sua comunicação melhorou graças ao projeto, que simula como são os bastidores de um processo eleitoral municipal. O estudante relembra que houve a distribuição de santinhos, desenvolvimento de projetos dos candidatos e a encenação de votação sigilosa com a urna eletrônica. “A gente tinha um conhecimento sobre a política muito superficial. Hoje, sei como é formado um projeto de lei. O programa auxilia no conhecimento sobre as eleições no nosso país, até mesmo sobre a democracia, nas escolhas do povo”, ressalta.

Para Giovanni, o Brasil apresenta um cenário de desigualdade social, potencializada pelo período de pandemia do COVID-19, que exige reparações administradas por parte do poder público, já que o objetivo maior é ajudar a quem precisa. Giovanni reitera a importância que há em estudar os candidatos em pleito e suas propostas, bem como o seu passado de aprovações de projetos, votações em beneficio ou não da comunidade e posicionamentos contrários ao desempenho geral, caso existam.

Um dos projetos propostos pelo rapaz foi o da criação de um polo farmacêutico na capital goiana que proporcionasse a fabricação de remédios e a aquisição de patentes pela instituição para a comercialização de medicamentos, no intuito de proporcionar um valor mais acessível à população.

“Hoje, os pais orientam os filhos a não participarem da vida política, até mesmo por acharem perigoso. Acredito que esse programa pode ajudar nossa geração a ser a nova voz e perceber como a política está acontecendo no Brasil, como a nossa escolha afeta no nosso futuro ou até mesmo influencia na inflação. Enfim, todos esses quesitos que intervêm de forma direta em nossa vida”, exprime Giovanni.

Nycolle Moreira Araújo, de 16 anos, também foi uma das vereadoras eleitas na simulação de . Estudante de escola municipal, ela revela que o “Eleitor do Futuro” foi uma experiência muito boa para conscientizá-la sobre a realidade brasileira. “Eu não imaginava o que era, não corria muito atrás, mas hoje recomendo a participação de todos que tenham essa possibilidade. é muito claro para mim que a gente vive, respira e come política. Então, acho um pouco hipócrita as pessoas não saberem o que a política é de fato”.

Segundo a estudante, que hoje estagia na Câmara dos Vereadores, a empatia a levou ao interesse político. Exemplo disso foi a implementação de um projeto incentivado por Nycolle: a inserção de matérias obrigatórias que abordassem política e empatia no ensino público. “é muito mais fácil você ensinar uma criança a falar inglês, a aprender o português, do que você ensinar um adulto. Se você colocar isso como uma disciplina ensinada com amor, honestidade e transparência, é muito mais fácil”, completa.

Nycolle diz que o projeto foi crucial para a compreensão do modelo eleitoral adotado no país e que a sociedade está completamente envolvida nas transformações realizadas pelas decisões democráticas. “Seja curioso para entender o porquê do seu feijão ou arroz estar mais caro, ou o porquê de o combustível ter aumentado. Política não é só um prefeito, um governador ou um Estado, mas é também a sua casa ou escola. Não se trata somente de pessoas renomadas que foram votadas, mas também de regras, uma política de implementações”, declara a jovem.

Para além da atividade jurisdicional, incumbe a Justiça Eleitoral a nobre missão de protagonizar novos tempos através da educação em cidadania, levando aos verdadeiros eleitores do futuro ferramentas aptas à construção de um país grandioso para todos os brasileiros.

O projeto conta com o apoio da Secretaria de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, que prepara as urnas eletrônicas utilizadas na votação e apuração, e com o apoio institucional da Câmara Municipal de Goiânia, que mantem o projeto “Parlamento Jovem”, oportunidade em que os jovens eleitos tomam posse e defendem projetos.